Não derrube essa árvore!

Esse poema não vale a pena!

Túnel do Tempo.

ella fitzgerald estava escrito
à caneta na fita k7
que minha mãe levava
para o extinto gourmet.

mamãe chegava do trabalho tarde
sempre elegante,
mas cheirando a restaurante.

minha primeira televisão
foi uma preto e branco
vovó tinha uma imponente
que hoje seria retrô
igual ao telefone branco
de discar rodando.

bivó maria via a missa a cores
às quinze para as seis da manhã.
sempre aquele mesmo padre de batina verde
impunha sua voz
que reverberava por toda a casa.

depois da missa,
bivó tomava seu café da manhã
peculiar.
ao invés de misturar
leite no café
ela preferia leite condensado.

Laboriosa

você se reinventa
pinta minha alma
e depois me larga
numa rua sem saída.

Gota

em

fração

de

segundo

cores

se

alternam

provocando
vertigem

impacto

absorvido

cria

mini

marolas

que 

se

inrradiam

por

alguns

metros.

gota

se perde

num

aglomerado

de

pingos

conhecido
como

poça

de
mágoas

Fora de Frequência

às vezes
me sinto
como uma
rádio a.m.
totalmente sozinho
na minha estação

Ainda Não Invisíveis

centenas

delas

vão

flutuando

pelo

quarto

enquanto

umas

sobem

outras

descem

vivendo

em

sua

própria

órbita

e

desafiando

a

lei

da

gravidade

as

poeiras

vem

e

passam

aparecendo

a

olho

nu

e

depois

sumindo

para

sempre

Às vezes

a melancolia
se afunda
num mergulho
onde a tristeza
se acumula
até deixar vazar
comportamentos
desequilibrados

Receio

às
vezes
tenho
medo
de
a
poesia
sair
de
mim

Ciclo

se me vem a lágrima

deixo- a escorrer

até embaçar meu óculos

lembrança vira tristeza

que vira incômodo nos olhos

impaciência em tirar 
manchas da lente 
me faz esfregar o paninho

até ficar polido 
e o sentimento passar.